quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Hidrantes de parede - Abrigo - Esguicho - Lance de mangueira - Linha de mangueira - Mangueira de incêndio - Registro de gaveta - Registro globo - Bomba de pressurização - Tanque de pressão - Manômetro - Pressostato - Válvula ou chave de fluxo - Válvula de retenção - By-pass - Hidrante de recalque ou passeio - Reservatório de um sistema de hidrantes e RTI (reserva técnica de incêndio) - Pressão - Vazão - Rede elétrica independente da Geral - Canalização - Bombas - esquema vertical do sistema de hidrante de parede - Válvula de recalque - Exemplo de registro - Hidrante de coluna ou urbano Hidrantes de Parede O sistema de proteção por hidrantes é uma rede hidráulica, que facilita o combate ao incêndio. Destina-se à proteção dos bens materiais contidos na área onde estão instalados e, indiretamente, também protegem vidas humanas, uma vez que controlam o incêndio em seu estágio inicial, evitando que se desenvolva e comprometa a segurança dos ocupantes de todo edifício. O sistema de hidrante é composto de um reservatório (caixa d’água) que pode ser elevado ou subterrâneo, bombas de incêndio (regra para a maioria dos casos), tubulações hidráulicas, peças hidráulicas (registros, válvulas e conexões), registro de manobra com adaptação de engate rápido para acoplar as mangueiras (juntas storz), abrigo de mangueiras, acessórios (mangueiras, esguichos e chave de mangueira) e registro de recalque. Os hidrantes são exigidos, obrigatoriamente, nos edifícios residenciais multifamiliares, comerciais, industriais e demais ocupações, conforme determinação de norma específica, no caso do Distrito Federal a NT-01/2000-CBMDF. Os hidrantes são dimensionados por engenheiros, objetivando a extinção de incêndio por meio de uma descarga de água adequada ao risco que visam eliminar. Mesmo em locais equipados com sistemas automáticos de extinção de incêndio (exemplo: sistema de proteção por chuveiros automáticos), os hidrantes são indispensáveis, pois servirão como meios auxiliares ou complementares na extinção de incêndios. Os hidrantes são acionados manualmente e estão instalados nos edifícios para utilização pelo Corpo de Bombeiros e/ou brigadas de incêndio, mas nada impede que os próprios ocupantes, em situações de emergência, os utilizem, bastando para tal o treinamento adequado. Os hidrantes de parede são projetados para as guarnições de combate a incêndio e devem ser utilizados durante as ações de combate. Antes de se falar propriamente do sistema de proteção, é importante que algumas definições sejam apresentadas para melhor compreensão do que será tratado posteriormente.
• Hidrante de parede: dispositivo pertencente à própria edificação, com características específicas descritas em norma, o qual permite o fácil engate de uma mangueira de incêndio, fornecendo água para realização de um combate a incêndio. • Abrigo: local destinado ao acondicionamento da mangueira de incêndio e do esguicho para que fiquem protegidos contra intempéries e danos mecânicos e em condições de serem utilizados. • Esguicho: dispositivo colocado na extremidade da mangueira de incêndio que tem por função esguichar água para combate a incêndio. O tipo mais comum é o agulheta que fornece um jato compacto e sem regulagem. Por isso, é de extrema importância que o bombeiro adentre em uma edificação sinistrada levando seu próprio esguicho regulável para as ações de combate. As guarnições de combate a incêndio devem utilizar seu próprio esguicho regulável. • Lance de mangueira: comprimento de uma mangueira de incêndio sem interrupção. • Linha de mangueira: conjunto de lances de mangueiras devidamente unidos por engate do tipo storz. • Mangueira de incêndio: mangueira que obedece às especificações prescritas na NBR no 11.861. • Registro de gaveta: conexão destinada ao fechamento do fluxo de água da canalização do sistema de hidrante de parede, geralmente localizado próximo ao reservatório de água. • Registro globo: conexão que compõe o hidrante de parede e o hidrante de recalque. Sua finalidade é prover as mangueiras de incêndio de água e admitir o recalque das viaturas do Corpo de Bombeiros. No hidrante de parede, o operador disporá de chave de mangueira, esguicho agulheta ou regulável (este último somente para alguns tipos de edificações) e dois lances de mangueira de 15 metros cada (não são aceitos lances maiores ou menores). Os abrigos devem estar devidamente sinalizados. Apesar desses equipamentos serem obrigatórios, os bombeiros devem levar seu próprio equipamento de combate (descrito no Módulo 3 do presente manual). • Bomba de pressurização: equipamento destinado a fornecer ao sistema de hidrantes de parede a pressão necessária para o combate ao incêndio. • Tanque de pressão: aparelho que mantém a rede de hidrantes sempre pressurizada. • Manômetro: aparelho medidor da pressão estática. • Pressostato: aparelho destinado ao acionamento automático das bombas de pressurização, por intermédio da calibragem da pressão.
• Válvula ou chave de fluxo: aparelho que aciona, automaticamente, as bombas de pressurização, por intermédio da detecção do fluxo de água. • Válvula de retenção: conexão destinada a permitir o fluxo de água apenas em um sentido.
• By-pass: derivação na rede hidráulica de incêndio que garante o funcionamento do sistema de hidrantes por gravidade. • Hidrante de recalque: também conhecido por hidrante de passeio, é o dispositivo localizado externamente à edificação que permite a pressurização do sistema de hidrantes. As instalações mais recentes contêm uma válvula de fluxo. Para melhor entendimento e análise do sistema, o presente estudo dar-se-á seguindo a circulação da água, ou seja, reservatório — bombas — canalização — hidrantes — mangueiras — recalque. O reservatório de um sistema de hidrantes, geralmente, fica na parte superior da edificação, admitindo-se sua localização na parte inferior, desde que o autor do projeto esclareça o motivo da impossibilidade da utilização do reservatório superior e que tal alteração seja apresentada ao Corpo de Bombeiros e seja devidamente aprovada. Um forte argumento para a aceitação de alimentação inferior são as limitações estruturais, pois o peso do reservatório pode inviabilizar a adequação da edificação à legislação atual; ou quando da elaboração de um novo projeto, no qual as reservas prescritas são maiores, exigindo um super-dimensionamento dos pilares de sustentação. É no reservatório superior que está contida a Reserva Técnica de Incêndio (RTI), a qual é uma parte da capacidade do reservatório de água da edificação, exclusiva para uso em caso de incêndio. Seu volume varia de edificação para edificação, conforme a classe de risco da ocupação (O risco de uma edificação é determinado pela NT-02/2000 CBMDF que se utiliza dos parâmetros da Tarifa Seguro Incêndio do Brasil), e a área construída da edificação. O dimensionamento da RTI, bem como de todo sistema, está descrito na NT-04/2000. O volume mínimo de uma RTI de uma ocupação residencial e comercial é de 4.200 litros e 6.600 litros, respectivamente. Esses valores sofrem acréscimo à medida que a área fica maior. Note que os valores mínimos são aproximados ao volume de água das viaturas de combate a incêndio. Isso significa dizer que, na pior das hipóteses, comparativamente falando, haverá uma viatura tipo ABT dentro da edificação à disposição do Corpo de Bombeiros para o combate, o que permite um tempo de autonomia, até que se estabeleçam formas de abastecimento das viaturas. Logo, o uso de sistema de proteção por hidrantes deve ser sempre levado em consideração em uma situação de combate a incêndio no plano vertical e em grandes edificações. Importante lembrar que, dependendo do tipo de edificação, o volume da RTI pode ser muito superior a qualquer meio de abastecimento ou à soma de todos os volumes de água das viaturas de combate a incêndio. Exemplo: Shopping Centers de 32.000 m2 dispõe de, no mínimo, 50.300 litros de água. As guarnições devem sempre priorizar o uso dos hidrantes de parede da edificação nas ações de combate a incêndio. Para que se garanta a funcionalidade do sistema, o Corpo de Bombeiros determina que todos os reservatórios sejam resistentes ao fogo por, no mínimo, quatro horas. Os reservatórios, geralmente, são feitos de concreto armado, com 20 cm de espessura. Caso o reservatório seja de cimento-amianto, de polietileno ou qualquer outro material que possua baixa resistência ao fogo, exige-se que seja colocado fora da projeção da edificação, no mínimo, a 3 metros de distância. Entretanto, independente do tipo e locação do reservatório, a reserva técnica de incêndio deve ser garantida pela diferença de nível entre a canalização de consumo normal, que sai pela lateral do reservatório, e a de incêndio, que sai pelo fundo do reservatório. Isso ocorre porque não se exige um reservatório específico só para RTI. A NT-04/2000, conjuntamente com a NBR no 13.714, estabelecem pressão (A NT-04/2000 exige pressão residual no ponto do esguicho entre 10 mca (1 Kgf/cm2) e 40 mca (4 Kgf/cm2), e vazões (A NT-04/2000, Tabela 3, estabelece as vazões mínimas para cada risco), para o combate. Para que haja uma pressão mínima de 10 mca (metros de coluna d’água) ou 1kgf/cm2 em todos os esguichos dos hidrantes de parede da edificação, o sistema é projetado com duas bombas instaladas para pressurização, com independência da rede elétrica geral (Mesmo desligando a rede geral do prédio, as bombas de incêndio têm suprimento de energia Garantido), uma principal e outra reserva, de acionamento automático e manual, onde a água do reservatório é bombeada por uma canalização (O diâmetro da canalização pode ser de 63 mm ou 50 mm dependendo da classe de risco da edificação), de aço, cobre ou ferro galvanizado até o hidrante de parede onde houve a abertura do registro. Pode acontecer de, por negligência ou desconhecimento dos usuários, o quadro de automação das bombas estar em ponto neutro (desligado) ou em acionamento manual, o que impede o acionamento automático das bombas, obrigando o bombeiro a ir até à casa de máquina realizar a reversão do quadro. Se a edificação possui sistema de bombas e a água não está tendo pressão suficiente no esguicho, o bombeiro deve realizar a reversão do quadro na casa de máquinas. O esquema a seguir ilustra que, mesmo cortada a energia de consumo do prédio pelos bombeiros (chave geral), a energia que vem da concessionária continuará a alimentar as bombas de incêndio. Desligar a chave geral de energia da edificação não afeta o sistema de bombas de incêndio. Esquema do sistema de hidrante que vai da casa de bombas até o hidrante de recalque: Nota-se que o sistema é totalmente interligado a um hidrante que se localiza no térreo da edificação, chamado hidrante de recalque que tem a função de permitir a pressurização do sistema por meio das bombas das viaturas de combate a incêndio. Sendo assim, em caso de falhas nas duas bombas ou fim da RTI do prédio, os bombeiros podem pressurizar a rede predial utilizando o sistema de bombas da viatura. Para isso, é necessário apenas conectar a mangueira no hidrante de recalque que fica no passeio ou na entrada do prédio e pressurizar. O hidrante de recalque deve ser dotado de uma válvula de retenção que impeça o fluxo de água da edificação para a viatura. Dependendo da altura do edifício pressurizado, a coluna d’água pode ocasionar danos ao corpo de bombas da viatura de combate a incêndio. Entretanto, edificações antigas podem não possuir essa válvula. Isso pode ser observado abrindo-se o registro. Se existir válvula de retenção, não sairá água ao se abrir o registro do hidrante de recalque (ver Figura 50). Essa caixa deve possuir uma tampa com a inscrição INCÊNDIO, para uma identificação mais rápida pelos bombeiros, vez que a pressurização da rede é prioridade. Entretanto, em muitas vezes, a tampa que cobre esse dispositivo é idêntica às tampas de caixa de esgoto, água e cabeamento, o que exige dos bombeiros maior esforço e tempo para sua localização. Caso o recalque não seja encontrado, pode-se fazer a pressurização pelo hidrante de parede mais próximo, geralmente no pavimento térreo. Entretanto, esse método deve ser evitado por haver uma redução significativa da pressão no pavimento em que está se realizando o combate. Na pressurização, é importante atentar para duas coisas: primeiro, na manobra de pressurização da rede tanto do hidrante de recalque como do hidrante de parede mais próximo, não esquecer de abrir o registro; segundo, no uso improvisado do hidrante de parede, deve-se tomar o cuidado de abrir o registro somente depois de ter formado a coluna d’água com a viatura, pois caso este não possua válvula de retenção, o corpo de bombas da viatura pode ser danificado. Outra informação relevante sobre o sistema de hidrante refere-se às válvulas de retenção localizadas na entrada do reservatório, que impedem que a água pressurizada pela viatura abasteça o reservatório, danificando as bombas de incêndio do prédio (o fluxo contrário à circulação normal do sistema ocasiona uma rotação prejudicial nos engenhos das bombas de incêndio), e impedindo uma pressão suficiente no pavimento em que se está realizando o combate. Entretanto, edificações antigas podem não ter essa válvula. Se os bombeiros já tiverem pressurizado o sistema e ainda não houver pressão suficiente no esguicho, devem fechar o registro do reservatório (caixa d’água), a fim de que o circuito seja fechado e a pressão se torne suficiente para o combate. Como não é possível ao comandante de socorro determinar a quantidade exata de água necessária ao combate, é importante que as viaturas sejam abastecidas, ainda durante o combate, por meio da utilização dos hidrantes de coluna (hidrantes urbanos), os quais são dispositivos instalados na rede pública de distribuição de água, localizados no logradouro público e destinados ao suprimento de água para as viaturas do Corpo de Bombeiros. A Seção de Hidrantes do CBMDF mapeou todos os hidrantes do Distrito Federal e é o responsável por sua manutenção. Entretanto, todo bombeiro deve conhecer a localização
dos hidrantes de sua área de atuação.

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