terça-feira, 30 de setembro de 2014

NÓS E ENTRELAÇAMENTOS EM INSTALAÇÕES ( enfraquecimento )

Nós e entrelaçamentos – generalidades

Um profissional habitual (prático) conhece, normalmente, uma série de nós e entrelaçamentos, porém, para levar a termo a mais complexa manobra de salvamento, necessita conhecer um pouco mais.
Devemos fazer um repasse geral de alguns nós, fazer algumas observações sobre suas peculiaridades e o uso idôneo. Sabemos que existem mais nós que os já citados no Manual Profissional dos Entrelaçamentos e que estes são mais do que suficientes para superar  qualquer eventualidade. Os nós recomendados são os que demandam a experiência, e os mais praticados são os que devem ser usados dentro de cada situação encontrada. Devemos levar em consideração que é melhor saber poucos nós, porém com a convicção da sua aplicabilidade, do que conhecer muitos e não saber aplicá-los, para  tanto, devem que ser praticados e só utilizar aqueles que estamos totalmente familiarizados.
Um nó reduz a resistência nominal de uma corda em uma porcentagem que varia segundo o nó aplicado. É importante levarmos em consideração que, quando as cordas estão sob grandes cargas ou estão sob tensões constantes, são consideradas fracas de resistência (perda de resistência = PR).
Não podemos relacionar, na íntegra, os fatores de resistência, já que ela resistência varia em razão de diversos fatores.
Qualquer nó que trabalhe corretamente e divida bem a tensão em toda massa da corda intervém em si mesmo, pois este devendo estar bem confeccionado. Deve-se prestar atenção em deixar as voltas paralelas e encaixadas no corpo do nó.
Como podemos veremos na figuras à seguir, o mesmo nó tem em ocasiões iguais diferente aplicação, pois mudamos a maneira (forma) de confeccioná-lo: entrelaçamos pelo seio ou pelo chicote.
Quando entrelaçamos pelo seio, desprezamos as extremidades da corda e elas, por sua vez, nem sempre terminam iguais; e quanto ao entrelaçamos pelo chicote, ele começa e termina a sua confecção por  uma das extremidades, podendo até passar do seguimento da corda.

entrelaçamento pelo seio e pelo chicote, respectivamente



Nós

São entrelaçamentos realizados no seio ou na extremidade de uma corda, com a finalidade de formar uma ou várias alças, assim  como também de fixá-la em um ponto adequado, seja provisório ou permanente.


Percentual de enfraquecimento das cordas em função dos nós empregados


O potencial de um nó, jamais poderá ser definido em razão de alguns fatores e condições:

- tempo de vida da corda;
- material de sua fabricação;
- condições em que a mesma está sendo conservada;
- a forma como ela está sendo aplicada.


Nós de encordoamento

É evidente a importância desses nós; devem ser bem confeccionados para favorecer a absorção de parte da energia ao apertar-se e para facilitar sua comprovação visual. Os nós de encordoamento deverão ser realizados até de olhos fechados e sem vacilo (sempre observar a sua confecção final). Um bom treinamento deixa o profissional ágil e esperto, não perde tempo e aumenta a sua confiabilidade na execução dos nós.
É importante lembrar que todo encordoamento feito deve ser revisado por um outro companheiro, pois todo sistema de encordoamento parte de manobras fáceis e repetitivas, nas quais, às vezes, a falta de atenção provoca erros incompreensíveis e, conseqüentemente, acidentes fatais.
Depois de utilizar o mesmo nó por várias vezes, é aconselhável desfazê-lo e refazê-lo para não colocar em risco a vida útil da corda utilizada.

Serão tratados a seguir alguns exemplos de encordoamento.


Nó oito pelo chicote

Nó confeccionado em um ponto de ancoragem ou na própria cadeirinha. É considerado o melhor encordoamento já utilizado em qualquer sistema. A perda de resistência da corda em função da aplicação desse nó é de (PR) de 45%.

nó oito pelo chicote


Nó lais de guia de dupla alça com reforço do cote

Nó que se desfaz com facilidade depois de receber forte carga.
Também poderá ser adequado para encordoar uma cadeirinha combinada com o arnês de peito, deixando uma alça para cada arnês observando o dobro de segurança. A perda de resistência da corda em função da aplicação desse nó é de (PR) de 47%.

forma de fazer o nó

Observação: o nó lais de guia simples (comum) apresenta perda de resistência (PR) de 48%.


Nó oito com duas alças

Nó complicado de ser confeccionado, porém é uma solução prática em alguns casos, como: aumenta uma cadeirinha estreita, quando não se ata em função do excesso de roupa ou por pessoas obesas, observando para ela deverá haver dois pontos para o encordoamento. O nó evita comprimir e manterá o arnês (cadeirinha) folgado.
O encordoamento com cadeirinha combinada de cintura e peito serve para instalar uma corda a dois pontos fixos sem o emprego de mosquetões.
A perda de resistência da corda em função da aplicação desse nó é de 45%.

forma de fazer o nó oito com duas alças


Encordoamento direto com o cabo (corda) pelo lais de guia

Se não dispomos de uma cadeirinha diante de uma eventualidade que poderá surgir, devemos conhecer métodos que nos permita improvisar um encordoamento com cordeletes, fitas auxiliares ou com a própria corda.
Para um terreno sensível e inclinado onde não exista a possibilidade de ficar suspenso, às vezes um simples encordoamento  com qualquer nó resolve o problema (oito ou lais de guia). Porém, para terrenos difíceis, o emprego desse sistema se torna muito perigoso.
Por isso, deve ser feito um sistema completo, sendo necessário de 5 a 6 metros de corda, veja como poderá ser realizado.

Atenção: qualquer sistema de encordoamento direto, por sua confecção artesanal, é incômodo e perigoso diante de uma queda grave ou por uma suspensão prolongada; somente deverá ser empregado em ocasiões excepcionais e devemos nos assegurar da sua perfeita confecção, já que, em caso de erro, o nó poderá deslizar.




Percentual de perda de alguns nós

Nó nove

É um nó idôneo para fixar cordas que vão suportar grandes
cargas ou choques bruscos, graças a sua excelente capacidade de absorção de energia; é ideal para fixar cordas estáticas. Faz-se dando uma volta a mais que o nó oito.
Apresenta uma perda de resistência da corda, em função da aplicação deste nó, é de (PR) 30%.

nó nove


Nó sete

Só serve para atar uma corda a outras ancoragens intermediárias. Deve ser posicionado na direção correta. Para dirigi-lo na direção desejada, deve começar orientando a alça inicial na direção oposta como vemos no esboço. É interessante seu uso em fracionamentos e seguranças em cordas fixas, pois divide a carga sobre a mesma corda.
Apresenta uma perda de resistência da corda, em função da  aplicação deste nó, é de (PR) 50%.

nó sete


Oito direcionado

Tem idêntica função e aplicação do nó sete; é mais resistente, porém mais difícil de memorizar. Nesse caso, a alça inicial deverá dar uma volta sobre o próprio cabo e no mesmo sentido que queremos orientar o nó.
Apresenta uma perda de resistência da corda, em função da aplicação deste nó, é de (PR) 45%.

nó oito direcionado


Oito com duas alças

Os nós com duas ou mais alças podem ter várias aplicações, uma das mais freqüentes é para distribuir a carga sobre as ancoragens em cabos fixos e outra forma é para a confecção de cadeirinha com a própria corda.
Confeccionado pelo seio do cabo, em forma de oito fazendo a passagem do seio por entre o segundo elo introduzindo a mão pela alça e pegando o seio passado pelo elo, joga a alça para traz do primeiro elo como se estivesse fazendo o balso pelo seio.
Apresenta uma perda de resistência da corda, em função da aplicação deste nó, é de (PR) 47%.

nó oito com duas alças


Nó oito pelo chicote (para unir dois cabos)

Nó polivalente para união de cordas de mesma bitola ou de
bitolas diferentes.
Para desfazê-lo com facilidade, posteriormente, podemos introduzir uma das extremidades dentro do nó como podemos ver na figura abaixo. Esse nó apresenta uma perda de resistência da corda, em função da aplicação deste nó, é de (PR) 45%.


nó oito pelo chicote

forma de confeccionar o nó oito pelo chicote


Nó pescador duplo

Forma-se com um duplo nó encaixado que se comprimem durante uma tração. Deve ser observado que ele se desfaz com bastante dificuldade.
Para desfazê-lo melhor, podemos dobrar uma das extremidades e introduzi-la no primeiro nó. É indicado para emendar cabos de diâmetro diferentes.
Apresenta uma perda de resistência da corda em função da
aplicação deste nó de (PR) 44%.

nó pescador duplo

maneira de como confeccionar o nó pescador duplo


Nó de fita

É um nó simples realizado pelas extremidades; o único indicado para unir fitas planas entre si.
Com fita tubular, esse nó poderá ser feito da mesma maneira ou introduzindo uma extremidade (uns 25 cm) dentro da outra, realizando, previamente, uma meia volta e depois passando a outra extremidade  pelo seu interior. Também chamado de nó americano, sua resistência aumenta em 20%. Deverá ser observado com freqüência (como os outros nós) já que existe uma parte não visível. Devemos revisá-lo constantemente dentro da nossa rotina de trabalho.
A perda de resistência da fita, em função da aplicação desse nó, é de (PR) 66%.

visualização da confecção do nó de fita

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