quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nenhuma serpente Brasileira é agressiva - Bote pode alcançar a distância de 1/3 de seu próprio corpo - Como prevenir acidentes com serpentes - Capturar serpentes - Laço de Lutz - Caixa de madeira para transporte de serpentes - Soro antiveneno - Serpentes venenosas e não venenosas - Serpentes Vivíparas e Ovíparas - Ofídios no Brasil - Cascavel - Jararaca - Surucucu - Coral - Aranhas - Escorpiões - Mosquito, Pernilongos, Borrachudos e Complexo B

Nenhuma serpente brasileira é agressiva e só ataca se for tocada primeiro. Os botes das serpentes atingem uma distância equivalente a um terço de seu próprio comprimento, exemplo:

Se a serpente medir 3,00 metro, seu bote pode alcançar aproximadamente 1,00 metro.




Por uma série de fatores relacionados ao comportamento das serpentes e do próprio homem, é difícil prevenir os acidentes ofídicos. No entanto, algumas medidas básicas de prevenção podem ser adotadas:
1) Deve-se evitar, na medida do possível andar descalço e fazer uso de botas de cano alto ou na falta destas, a perneiras de couro evita entre 50 a 70% dos acidentes, uma vez que os pés e as pernas são os locais mais atingidos pelas picadas.
2) Deve-se ter atenção redobrada ao andar por matas, capinzais e pomares, pois esses caminhos são habitualmente percorridos por serpentes diversas. Ao passar de um local claro, para um local escuro, é aconselhável esperar alguns instantes para a visão se acostumar à mudança de claridade e poder-se então perceber a presença de serpentes.



3) 3) Deve-se ter especial atenção ao subir em árvores para colher frutos, pois existem serpentes que habitam nelas. Isso é comprovado pelo registro de 5% de acidentes ofídicos com picadas localizadas na cabeça, rosto, ombros e antebraços. A maioria das serpentes peçonhentas são  terrícolas, mas podem ser encontradas em arbustos baixos. No Norte do Brasil existem duas serpentes peçonhentas que são arborícolas e, no sudeste temos as jararacas ilhoas (endêmicas da Ilha da Queimada Grande) que também são arborícolas. Grande parte das serpentes não peçonhentas são arborícolas e, mesmo não tendo importância em saúde, podem causar leve inchaço e dor no local da picada. Deste modo, concordo com ele em ter especial atenção ao subir em árvores.






4) O uso de luvas (tem que ser uma luva grossa, tipo raspa de couro), para a capina e limpeza de terrenos é importantíssimo, uma vez que 20% dos acidentes ofídicos atingem as mãos e os antebraços.


5) Introduzir a mão desprotegida em buracos na terra e cupinzeiros ou revirar montes de terra e lenha pode representar grande perigo, uma vez que esses locais são bastante habitados por serpentes venenosas.
6) É importante manter sempre limpa a área ao redor das barracas, evitando o acúmulo de madeiras, de tijolos ou de pedras. Deixar a entrada da barraca sempre fechada.
7) Deve-se evitar acampar próximo a plantações, pastos ou matas. Nos momentos de lazer, quando se estiver à margem dos rios e lagoas, e necessário ficar alerta. Esses locais, principalmente os barrancos de rios, são o habitat usual das serpentes.
8) As serpentes venenosas alimentam-se habitualmente à noite. Nesse período devem-se evitar as caminhadas nas proximidades de gramados e jardins, principalmente em terrenos baldios e mata.



9) Uma prevenção simples e eficaz é criar galinhas, gansos e outras aves soltas no terreno, pois elas afugentam as cobras. As emas, seriemas, corujas e gaviões são inimigos naturais das serpentes, preservar a vida dessas aves e os locais onde elas habitam representa grande proteção ao homem e ao equilíbrio ecológico.

Para capturar serpentes
Para produzir o soro antiofídico, utiliza-se o próprio veneno das serpentes; injetado em cavalos, em quantidade diminuta, ele cria os anticorpos necessários para a sua produção.
Se for impossível capturar a serpente, deve-se matá-la com uma estocada no meio do corpo, para arrebentar alguma de suas articulações, o que a imobilizará. Se for impossível capturar a serpente e ela não estiver causando risco, simplesmente a deixe ir. Se for impossível capturar a serpente, uma estocada na cabeça a matará mais rapidamente, com menos sofrimento.


Para capturá-las, o Instituto Butantã dispõe de um kit contendo um laço de Lutz e uma caixa de madeira para transporte - com as devidas instruções. Jamais se deve tentar capturar as serpentes e transportá-las por outros meios que não os indicados pelos "cobras" do assunto. Atualmente não estamos doando as caixas de transporte e nem os laços de Lutz. Na verdade o transporte de qualquer animal silvestre, inclusive serpentes, necessita de um guia de transporte expedido pela Secretaria do Meio Ambiente. Qualquer pessoa transportando uma serpente sem essa guia pode ser autuado. Dessa maneira, não estamos doando esse equipamento para não estimular a captura de serpentes.





SORO  ANTIVENENO
A obtenção do soro antiveneno antes era centralizada e produzida somente pelos Institutos Butantã, Fundação Ezequiel Dias e Instituto Vital Brasil. Agora está distribuída entre as Unidades da Federação, para que o soro possa estar mais próximo do acidentado, não importando em que região do país seja ele picado. O soro é distribuído gratuitamente. O soro antipeçonha ainda é produzido apenas pelo Instituto Butantan (SP), Instituto Vital Brazil (RJ) e Fundação Ezequiel Dias (MG). Os soros são entregues ao Ministério da Saúde e distribuídos a vários hospitais de todo o Brasil gratuitamente.



SERPENTES VENENOSAS
Cabeça chata, triangular, bem destacada do corpo coberta de escamas pequenas, semelhantes às do corpo, olhos pequenos, com pupila em fenda vertical, fosseta loreal, entre os olhos e as narinas, escarnas do corpo alongadas, pontudas, imbricadas, com carenas medianas, dando ao tato uma impressão de aspereza, cauda curta, afinada bruscamente. Quando perseguida, toma atitude de ataque, enrodilhando-se. Possui hábitos noturnos e movimentos vagarosos. As cascavéis, jararacas e a surucucu-pico-de-jaca podem ser assim descritas, mas a pobre da jibóia, por possuir algumas destas características, como cabeça triangular e pupila com fenda vertical, são mortas indiscriminadamente. Em contrapartida, a coral verdadeira, serpente também peçonhenta, não possui cabeça triangular, não possui fosseta loreal e nem pupila com fenda vertical.



Serpentes Venenosas são ovovivíparas: dão à luz filhotes vivos. Na verdade esse termo já não é mais utilizado. As cascavéis e as jararacas são vivíparas, ou seja, parem filhotes prontos, iguais a elas e já com veneno. O número varia de acordo com a espécie e tamanho de 10 a 50 filhotes. 



A surucucu-pico-de-jaca e as corais verdadeiras são ovíparas, ou seja, põem ovos, de 4 a 15.

SERPENTES NÃO VENENOSAS
Cabeça estreita, alongada, mal destaca do corpo, com placas poligonais em vez de escamas, olhos grandes, com pupila circular, fosseta lacrimal ausente, escamas achatadas, sem carena, dando ao tato uma impressão de liso, escorregadio, cauda longa, afinando-se gradualmente. Quando perseguida, foge. Possui movimentos rápidos. Já foi discutido acima.



Serpentes Não Venenosas são ovíparas: põem ovos para incubar. 




Várias serpentes não peçonhentas são vivíparas, como a jiboia, a salamanta, a sucuri, a periquitamboia, a corredeira, etc.




OFÍDIOS NO BRASIL
Existem quatro os tipos de venenos ofídicos no Brasil que são:
- Cascáveis;
- Jararacas;
- Surucucus;
- Corais.
Caso se tenha matado a serpente após a picada, é fácil identificá-las:
As cascavéis têm o guizo na ponta da cauda (cujo número representa os anos de vida da serpente). O número de anéis no guizo da cascavel significa a quantidade de troca de pele que ela realizou. Os sintomas de envenenamento permitem saber de modo seguro o tipo da serpente.



Serpente Cascavel (crotálico)
Quase não se vê o sinal da picada. Algumas horas após acidente, o paciente sente dificuldade em abrir os olhos e passa queixar-se visão dupla, ele fica com cara de bêbado. Outro sinal é o escurecimento da urina após 6 a 12 horas da picada, que fica na cor da Dolly-cola. Antídoto, aplicação intravenosa do soro anticrotálico. As cascavéis, responsáveis por 7% dos acidentes, habitam as regiões quentes e secas dos cerrados, sendo impossível encontrá-las nas regiões de grandes matas e selvas.


Nome científico: Crotalus durissus 

Localização: Sul do Brasil,  Centro Oeste: Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás, Norte:  Rondônia, Roraima, Amazonas e Pará Sudeste: São Paulo e Minas Gerais.


Veneno: Age no sistema nervoso central causando paralisia. Também causa dores musculares, dificuldade respiratória, urina cor de coca cola, diminuição da urina e insuficiência renal, visão dupla, queda de pálpebra, dilatação da pupila e até perda de visão. Mata em poucas horas.

Obs: Essa ilustração trata-se de uma picada de uma cascavel dos EUA, cascavéis que vivem no hemisfério norte possuem veneno de ação necrosante.


Serpente Jararaca (botrópico)
Nas primeiras horas após o acidente o local da picada incha. Pode ocorrer hemorragia pelos pontos da picada pela gengiva etc. Se o tratamento por soro for muito retardado, pode ocorrer gangrena. Aplicação intravenosa do soro antibotrópico. A jararaca é responsável por 70% dos acidentes, tem seu habitat tanto nos cerrados quanto nos mangues e florestas, espalhando-se por todo o país.





Nome cientifico: Bothrops

Localização: Em todo Brasil principalmente no sul e sudeste.


Veneno: Causa hemorragia, necrose, inchaço, dor, bolhas, abcessos, alterações na coagulação, sangramento nas gengivas, olhos e ouvido 70 mg do veneno é capaz de matar um homem de 60 kg a administração do antiveneno deve ser dada no máximo em 4 horas. O membro atingido corre risco de ser amputado.



Serpente Surucucu (laquésico)

A surucucu é responsável por 2,5% dos acidentes e tem por habitat as zonas das grandes matas e selvas densas e habitam apenas o Norte e Nordeste do Brasil.



Pelos poucos dados disponíveis, as pessoas picadas por surucucu apresentam os mesmos sintomas das picadas por jararaca: inchaço local e hemorragia. Antídoto: aplicação intravenosa do soro antilaquésico.


Serpente Coral (elapídico)
Aparece pequena reação no local da picada. Após poucas horas, a pessoa reclama de visão dupla, associada à queda das pálpebras (cara de bêbado). Outro sinal de envenenamento é a falta de ar, que pode causar a morte do paciente em poucas horas. As corais dificilmente mordem, pois possuem presas curtas e fixas. A não ser que você se disponha a brincar com uma coral, dificilmente será picado. Antídoto, aplicação intravenosa do soro antielapídico.  As corais são responsáveis por apenas 0,5% dos acidentes, têm seu habitat espalhado por todo o território nacional, como as jararacas.

*Obs: A Coral verdadeira tem a listra amarela após a vermelha.


Nome científico: Micrurus corallinus

Localização: Em todo Brasil principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Rio Grande do Norte. 


Veneno: Age no sistema nervoso central, causa dores musculares, visão dupla, caimento das pálpebras, dilatação da pupila, causa problemas respiratórios paralisando o diafragma e morte por asfixia  em poucas horas.


Cuidados imediatos
Imediatamente após o acidente, manter o paciente em repouso, evitando deambular ou correr, caso contrário, a absorção do veneno pode ser favorecida e agravadas as lesões no local da picada. Não fazer o garroteamento do membro afetado, o que agravará as lesões locais. A remoção do acidentado para centros de tratamento deve ser efetuada no menor tempo possível onde serão tomadas devidas providências como:
1 - Aplicação do soro específico. Coletar sangue para exames laboratoriais antes da soroterapia, desde que esta não seja retardada;
2 - Administração de  analgésicos para tranquilizar o paciente, bem como evitar o uso de drogas depressoras.
Manter o membro afetado elevado.
Controlar os sinais vitais, (pulsação, batimentos cardíacos etc.) e o volume urinário do paciente.
Limpar cuidadosamente o local, da picada.
Aranhas
Só no Brasil, são mais de 800 espécies conhecidas de aranhas, sendo a caranguejeira a maior delas, é venenosa e atinge até 20cm. Na verdade, todas as aranhas são peçonhentas, pois produzem peçonha para matar e imobilizar as suas presas, mas apenas 4 possuem importância em saúde no Brasil: a tarântula, a armadeira, a aranha marrom e a viúva negra (existe soro). Embora a caranguejeira seja grande, não possui risco e por isso não é produzido soro para o seu acidente.



Tratamento
Nos casos graves, soro aracnídeo, achado nos locais de distribuição de soro antiofídico. Se não forem muito graves, dar ao paciente comprimidos anti-histamínicos (Fenergan, Benadril).
Mergulhar a parte ferida em água quente, colocar curativo, pomada antiqueimadura e merthiolate.

Escorpiões
Os escorpiões, primos-irmãos das aranhas, também pertencem à classe dos aracnídeos e, no Brasil, dois tipos são mais comuns: o preto e o amarelo. Os acidentes por escorpiões são pouco frequentes, pois eles não são animais agressivos. Fazem seu habitat em pilhas de madeira, cercas, sob pedras, cupinzeiros e adaptam-se bem ao ambiente doméstico.



Tratamento
Nos casos graves, procurar o soro antiescorpiônico nos locais de distribuição de soro antiofídico.
Nos casos menos graves, fazer infiltração local com anestésicos do tipo xilocaína.
Nota:
A picada infecciosa do escorpião pode acontecer mais de uma vez.


Mosquitos / Pernilongos / Borrachudos

Bom método para evitar picadas de mosquitos de qualquer espécie, mesmo do terrível do alto Tocantins, é tomar uma ou duas pastilhas de "Complexo B" todos os dias, desde uns cinco antes de viajar, e até uns dois antes de retornar. O cheiro exalado pelo corpo impregnado dessa vitamina espanta esses insetos com extrema eficácia. Só há contra indicação para os casos de portadores de Mal de Parkinson ou por aqueles que sofrem de distúrbios renais.



Portanto, se você se enquadra em nenhum desses casos, tome as pastilhas e dê um adeus para a amolação desses pestinhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário