ANCORAGENS - Ancoragens artificiais - Emportadores (entaladores) - Precauções - Fixação dos emportadores na rocha - Sistema com uso de emportadores - Mecanismo do efeito polia
Emportadores (entaladores):
Tão
simples quanto eficaz, essas cunhas metálicas se encaixam normalmente entre as
fissuras, daí serem chamadas também de fissureiros. São fabricados em diversos
modelos e tamanhos e os que lhe diferenciam são os desenhos das cunhas, desde a
primitiva forma de pirâmide truncada aos excelentes e modernos desenhos com frentes
curvas e complexas que se adaptam e entalam com grande facilidade.
Sua
facilidade de colocação e extração faz com que substituam os pítons. A
resistência é diferenciada dependendo do tamanho e da colocação. Sua eficiência
torna-se maior quanto maior a superfície que o entalador estiver em contato com
a rocha e, quanto mais conhecida e
hipotética
tensão estiver ligada diretamente com a direção, mais aumenta a possibilidade
de a peça se entalar mais ainda. Para aumentar sua eficiência ao colocá-los em
uma fissura, exerça um suave puxão, para que se acomode melhor na fissura e
impeça que saia com demasiada facilidade.
A
extração poderá ser problemática, porém será conveniente trabalhar com o
sacafissureiros, que não é nada além de um utensílio metálico robusto e
suficientemente grande para manipular e desentalar as peças do interior das
fissuras.
Existem
alguns modelos de entaladores diferentes aos das cunhas
em que o seu entalamento se produz com o tri-cam ou auxiliado (excêntrico) por
efeito de rotação e expansão. Esses entaladores, se bem colocados de maneira
convencional, oferecem uma grande vantagem, quando em fissuras com ângulos
variados e em lugares onde qualquer outro importador (entalador) seria eficaz.
Requerem
mais experiência em sua colocação e, como regra geral, a fita ou cordelete que
os equipam devem cair ao lado da greta (fissura) de maneira que, ao receber
tração, se entale mais ainda. São os percussores de dispositivos mecânicos
(figura 442).
Os
emportadores com marca UIAA são gravados com um a
quatro
asteriscos que correspondem à resistência.
*
mínimo 5 KN
**
mínimo 10 KN
***
mínimo 15 KN
****
mínimo 20 KN
Precauções:
A
desvantagem dos importadores (entaladores) frente aos pítons é a sua
unidirecionalidade, pois a sua máxima resistência só se consegue em uma só
direção e sentido.
Esse
aspecto terá de ser levado em conta sempre que for entalá-los, pois um
emportador muito bem entalado, a princípio, poderá não ser seguro quando se
progride, pois a tensão e movimentos realizados com a corda podem sacá-lo de seu
entalamento ou a direção da queda não coincidir com o seu sentido e, sobretudo,
quando a corda realizar zigue-zagues em seu percurso.
Esses
inconvenientes serão solucionados com o emprego de fitas maiores para amenizar
os movimentos e tensões dadas na corda sobre o emportador (entalador), como
também podem contribuir para o bom deslizamento da corda e direcionar melhor o
seu sentido. As fitas devem ser colocadas completas, com dois mosquetões como
em qualquer ancoragem (figura 443). Recordemos que não se deve empregar
simplesmente um mosquetão, pois diminui a resistência de uma fita de forma
perigosa. Em outros casos como em travessias, os fissureiros, como são assim
chamados, quando colocados em posições pouco habituais, não são suficientes com
fitas maiores: terão de recorrer, conectando ao emportador uma outra ancoragem
suplementar (outro emportador entalador), “friend” etc. Os pontos mais
importantes onde é necessária essa precaução são nas mudanças de direção (figura
444).
Quanto
ao sistema que empregamos para esses emportadores, teremos de levar em conta
que não é o mesmo quando um importador se submete a outro, servindo como polia
para o outro. Que os esforços que suportarão serão muito diferentes (fenômeno
chamado de efeito de polia).
Veja
os desenhos (figuras 445 e 446).
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