Sistema de Controle de Fumaça - Segurança contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - Controle de fumaça por extração natural e Mecânica - NBR 17.240
Sistema de Controle
de Fumaça
O sistema de controle de fumaça é um sistema projetado e
implementado para modificar e controlar o movimento da fumaça através de
extração (mecânica ou natural) dos gases do local de origem do incêndio e/ou de
rotas de fuga, e do controle da entrada de ar (ventilação mecânica ou natural)
nesses locais, prevenindo a migração de fumaça e gases quentes para as áreas
adjacentes não sinistradas, com o objetivo de maximizar as condições de
sobrevivência e de evasão.
O sistema deve contemplar a divisão dos volumes de fumaça
a serem extraídos por meio da compartimentação de área e/ou pela previsão de
áreas de acantonamento, onde possa ser realizada a extração adequada da fumaça,
não permitindo a criação de zonas mortas (locais onde a fumaça fica acumulada e
não é retirada, mesmo com o sistema de extração em funcionamento), propiciando
a criação de um diferencial de pressão (por meio do controle das aberturas de
extração de fumaça da zona sinistrada e fechamento das aberturas de extração de
fumaça das demais áreas adjacentes), conduzindo a fumaça para fora do
Estabelecimento Assistencial de Saúde.
De forma geral, o controle de fumaça tem a função de
estabilizar a camada de fumaça em uma altura acima de 2,20 m, para que as pessoas
possam acessar as saídas de emergência em segurança e/ou a brigada de incêndio
atuar na busca e resgate das vítimas ou ainda obter o controle da situação para
a extinção do incêndio.
Há de se considerar que, eventualmente, no
incêndio, em sua fase muito inicial, ou fase de latência (ver Figura 3 – Fases
do Incêndio), pode não atuar o sistema de combate a incêndio por chuveiros
automáticos por conta do baixo calor verificado, mesmo gerando grande
quantidade de fumaça, que poderá provocar fatalidades.
Assim, recomenda-se a implementação de um sistema de
controle de fumaça para todo Estabelecimento Assistencial de Saúde classificado
como H-VI, conforme a Tabela 2 – Classificação dos EAS quanto à altura,
protegendo os acessos às rotas de fuga.
Destaca-se que deve haver, no mínimo, 2 (dois) pontos de
exaustão por pavimento, ao mesmo tempo em que deve haver um ponto localizado a
no máximo 3,00 m
de cada uma das extremidades do corredor da rota de fuga.
No sistema de controle de fumaça por extração natural,
geralmente utilizado em edificações baixas ou de único pavimento, tem-se o
controle por meio da introdução do ar externo e extração direta ou ainda por
meio de dutos, mas sem auxílio de motoventiladores.
Já no sistema de controle de fumaça por extração mecânica,
normalmente utilizado em edificações medianas e/ou elevadas, tem-se o controle
por meio da introdução do ar externo e extração por meio de dutos ligados a
motoventiladores.
Tanto os dutos de extração de fumaça como os
motoventiladores em si e a suportação dessa infraestrutura devem resistir à
passagem da fumaça em alta temperatura (> 400 oC). Os materiais como os dos
dispositivos de ligação dos ventiladores aos dutos precisam ser incombustíveis
e estáveis.
Recomenda-se que as aberturas de insuflação de ar exterior
sejam realizadas no terço inferior do acantonamento, evitando provocar
turbulências na camada de fumaça contida, que acabarão por espalhá-la ou ainda
promoverão o alastramento do fogo.
O sistema de controle de fumaça por extração mecânica pode
ser um sistema específico, destinado exclusivamente à extração de fumaça ou
utilizar o sistema de ventilação ou de condicionamento de ar da edificação,
desde que adequadamente projetado para operar com dupla função, ou seja,
atender às funções de condicionamento de ar em operação normal e a função de
extração de fumaça em operação de emergência.
No caso de parte ou todo o sistema de ventilação e/ou
condicionamento de ar da edificação ser utilizado pelo sistema de controle de
fumaça, devem ser atendidas todas as exigências de dimensionamento, como se
tratasse de um sistema exclusivo de extração mecânica.
Os sistemas de controle de fumaça devem ser comandados
automaticamente e supervisionados por um sistema de detecção e alarme de
incêndio implementado em conformidade com a ABNT NBR 17.240.
Recomenda-se que o projeto de extração de fumaça, antes de
sua implementação, seja submetido à simulação computacional para análise de
desempenho e possíveis falhas.
Sugere-se o desenvolvimento de um “Plano de Manutenção” para esse sistema de controle de fumaça, verificando semestralmente e documentando as condições normais de operação dos dampers (registros) de controle, dos acionadores de abertura de portas e/ou janelas (se existirem), dos motoventiladores (se existirem), do painel central de detecção e alarme de incêndio e dos demais componentes, realizando teste completo de acionamento real para verificação de confiabilidade desse sistema de segurança.
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