quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Sistema de Hidrantes e Mangotinhos - Segurança contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - Esquema genérico de um sistema de hidrante e mangotinhos (abastecimento, consumo geral e reserva de incêndio) - Sistema de mangotinho com válvula globo angular na prumada - Marcação padronizada de mangueiras de incêndio - Esguicho manual de vazão regulável - Lacres de hidrantes

Sistema de Hidrantes e Mangotinhos
O sistema de combate a incêndios por mangueiras de hidrante e mangotinhos é normalmente composto por um ou mais alimentadores fixos conectados à reserva de incêndio da edificação (volume de água determinado e suficiente para o combate a incêndio em função do risco verificado na edificação. A reserva de incêndio normalmente encontra-se disponibilizada nos reservatórios superiores da edificação, mas alternativamente pode estar localizada nos reservatórios inferiores com o sistema trabalhando pressurizado), possuindo derivações, comandadas por registros manuais, para ligação de mangueiras flexíveis ou semirrígidas em cada área ou pavimento.
A tubulação para esses alimentadores deve preferencialmente ser localizada nos acessos ou próximo às saídas de emergência, permanecendo preenchida com água sob pressão, quer seja por ação da gravidade ou por bombas de pressurização. No caso de edificações térreas (ou H-I), essa tubulação é horizontal, já em edificações com mais pavimentos (ou H-II a H-VI), tem-se os alimentadores na vertical (prumada).
  
Em função das dimensões do ambiente a ser protegido em cada pavimento, pode ser necessária a distribuição de vários pontos de hidrantes para que haja cobertura de toda a área através dos lances de mangueiras ou mangotinhos (com no máximo 15,00 metros), com bicos de jato sólido ou reguláveis e, para tanto, devem ser instalados alimentadores em áreas centrais, preferencialmente em corredores de circulação, e não somente próximos às saídas de emergência.
Os mangotinhos para combate a incêndios (mangueiras semirrígidas) devem permanecer constantemente conectados aos alimentadores, estando permanentemente prontos para utilização, portanto, apresentando fácil operação.
Já os lances de mangueiras (flexíveis) deverão ser rapidamente engatados a esses alimentadores verticais e assim necessitam de habilidade específica para tal (treinamento). Quando a pressão disponível nos pontos de hidrantes é elevada (superior a 8,00 Kgf/cm2), a utilização eficiente de uma mangueira de incêndio pode exigir que sua operação seja realizada por duas pessoas.

Os mangotinhos ou os lances de mangueiras para combate a incêndios devem ser acondicionados de forma específica, prontos para o uso, em caixas padronizadas (abrigos) junto aos pontos de hidrantes. Esses equipamentos de proteção devem ser adequadamente sinalizados, em conformidade com a ABNT NBR 13.434.
A fim de assegurar a qualidade necessária desse importante equipamento, deve ser verificada marca de conformidade nas mangueiras de incêndio conforme ABNT NBR 11.861, ou seja, as extremidades devem conter as seguintes marcações: nome do fabricante, modelo, NBR 11.861, tipo, mês e ano de fabricação. A falta dessa marcação em uma das extremidades pode indicar que a mangueira de incêndio foi adulterada e não é confiável.

Conforme o disposto na ABNT NBR 12.779, deve ser realizada a inspeção a cada 6 (seis) meses e manutenção a cada 12 (doze) meses de todas as mangueiras de incêndio da edificação. Durante a inspeção e manutenção, devem ser realizadas as seguintes verificações:
• identificação da mangueira (nome do fabricante, norma e tipo);

• acoplamento das uniões (os flanges de engate devem girar livremente);

• anel de vedação de borracha, interno à luva de empatação, nos engates e adaptadores;

• comprimento correto da luva da união;

• manutenção – Ensaio hidrostático.

Para uma maior eficiência no eventual emprego dos hidrantes, sugere-se a utilização de esguicho manual de vazão regulável, permitindo que os brigadistas operem as mangueiras com jato d’água sólido (ataque), jato “neblina” (resfriamento) ou ainda uma combinação dos dois, de forma a também protegê-los da radiação térmica quando em áreas restritas.

Visando resguardar o acesso aos equipamentos de combate a incêndio da edificação, evitando que sejam abertos inadvertidamente, mas possibilitando que sejam facilmente abertos em situações de emergência, sugere-se a implementação de etiquetas adesivas como “lacres de segurança” nas portas dos armários dos hidrantes.
Através da implementação dos aludidos lacres, após minuciosa inspeção de cada caixa de hidrante e seus componentes, torna-se evidente qualquer tipo de violação, restando ao bombeiro profissional civil a simples tarefa de verificar a integridade do lacre e detectar quaisquer alterações a fim de corrigi-las preventivamente.

Os alimentadores, por sua vez, devem também estar interligados a uma válvula de recalque localizada na fachada da edificação ou no passeio público (calçada) em frente ao Estabelecimento Assistencial de Saúde, normalmente no pavimento de descarga, permitindo a conexão direta da rede de hidrantes a um caminhão motobomba do Corpo de Bombeiros, possibilitando assim que, no caso de falhas, esses possam facilmente pressurizar a rede interna, viabilizando as operações de combate. O recalque deve estar claramente identificado, permitindo sua fácil localização pelos bombeiros.
Recomenda-se que as bombas de pressurização do sistema de combate a incêndios por hidrantes e mangotinhos tenham sua partida automatizada, através de chave de fluxo de água (com retardo pneumático) ou pressostatos.
Complementando o sistema de partida automatizada, devem ser previstos comandos manuais de acionamento em pontos estratégicos.
Adicionalmente, sugere-se que o painel central do sistema de (detecção e) alarme do Estabelecimento Assistencial de Saúde seja equipado com chave específica tipo “liga”, para acionamento manual à distância da bomba principal de pressurização desse sistema.
Cabe a esse mesmo painel central, através de módulo de supervisão específico, a monitoração constante das variáveis fundamentais de funcionamento do sistema de combate de incêndio por hidrantes e mangotinhos, conforme especificada na ABNT NBR 13.714, verificando a disponibilidade de energia elétrica no quadro de comando da bomba de pressurização, a disponibilidade da reserva de incêndio e o efetivo funcionamento da bomba em si.
O aludido sistema de automatismo deve ser executado de tal forma que após qualquer comando de partida do motor da bomba, somente seja possível seu desligamento através de comando manual junto ao quadro de comando desse (localizado na casa de bombas).
A casa de bombas dos sistemas de combate a incêndios deve ser adequadamente compartimentada em relação às áreas adjacentes com TRRF 120 min. e apresentar um sistema de ventilação com renovação de ar que não comprometa a compartimentação.

Recomenda-se que a manutenção do sistema de combate a incêndios por hidrantes e mangotinhos seja realizada por empresa idônea, devidamente registrada no CREA. Deve ser solicitada a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional responsável.

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